Natsuno Explica #01: Vampiros

Senhoras e senhores, primeiramente eu gostaria de dizer...

Oi.

Tudo tranquilo? O meu nome é Natsuno Kogori, faço parte do Clã do Relâmpago (ou seja, sou um Caçador de Vampiros) e fui contratado pelo meu mano Wesley especialmente para explicar algumas coisas que conheço: mistérios fabulosos e tão assombrosos que talvez te impeçam de dormir essa noite, hahá — ok, não é pra tanto, mas vamos lá.



Hoje eu vou revelar a vocês sobre as criaturas que vivem nas sombras, e explicar como se alimentam, o que pensam, e o que difere sua raça. Falarei sobre os... vampiros!

Bem, meu pai sempre diz que caçar um vampiro não é a coisa mais fácil desse mundo. Em partes, eu concordo. Digo isso porque depende muito do vampiro. Existem uns superpoderosos, que podem fazer qualquer caçador — ou místico, e isso não é uma indireta para o Joe — cagar nas calças. Mas também existem aqueles fraquinhos, que até pessoas normais podem matar (entre aspas).

Antes de mais nada, vou avisando que somente caçadores podem matar vampiros, porque somente caçadores podem deperizá-los.

*Rápida observação: deperizar é o ato de transformar um ser em pó. Isso funciona principalmente nos vampiros. (Caçadores também podem ser deperizados, mas isso é assunto para outro dia). Enfim.

Reza a lenda que o primeiro caçador que existiu era irmão gêmeo de um vampiro. Ou seja, o nosso patriarca era simplesmente irmão do temível Onikira, o deus dessas criaturas feias. Como isso é possível, eu não faço ideia. O fato é: vampiros são imortais — até certo ponto. Há pouquíssimas formas de matar permanentemente um vampiro.

Primeiro: você precisa ser um caçador.

Segundo: você precisa ter algum objeto de metal por perto, de preferência uma espada.

Terceiro: ataque apenas no coração ou no cérebro do otário.

Se, por acaso, você fizer isso com outro tipo de material, seja ele qual for, o vampiro pode até morrer, mas seu corpo se auto regenerará e ele voltará à vida. Portanto, faça o que aconselhei, assim o vampiro vai virar poeira e será levado pelo vento.

E se eu esquartejar um vampiro e queimar as partes de seu corpo?

Cara, tenho certeza que você deve estar se perguntando o que eu me perguntei por muito tempo: e se eu esquartejar o vampiro e jogar os pedaços de seu corpo em fogueiras diferente? Acredite, isso é coisa de louco. Nem o meu velho soube me responder. Fui obrigado a ir à Lanchonete Lendária e perguntar aos meus dois veteranos amigos, o cozinheiro Juca e seu companheiro Kakeru. Você quer saber o que acontece? Eu vou dizer.

Hã, o lance que envolve ciência acho melhor você perguntar ao Kai. Pelo que eu entendi, as cinzas do vampiro darão um jeito de se juntar novamente para formar um novo corpo. E Kakeru disse que seria idiotice fazer esse tipo de coisa: esquartejar um vampiro. Seria muito mais fácil jogá-lo num frigorífico e congelá-lo — ou simplesmente peça para a Sophia fazer isso.

Mas agora chega de falar de mortes. Isso é um tanto nojento. Agora vou explicar sobre a evolução dos vampiros, e para isso vou ter que usar alguns exemplos. E um deles vai ser o meu amigo comilão e grandalhão Joe.

A contaminação e evolução dos vampiros

Digamos que o Joe foi mordido por um vampiro supremo — porque só os supremos podem infectar as vítimas através da mordida. Em poucos dias, o meu amigo grandalhão vai ganhar olhos vermelhos de presente, além de dentes e garras afiadas e uma vontade louca de matar. Isso não significa que ele vai perder a memória. Muito pelo contrário, ele simplesmente vai ignorá-las. Sua única vontade será de se alimentar, e seu alimento é nada mais nada menos do que a carne humana — e você já imagina o quanto o Joe come, né?

Passados alguns anos, ele pode conseguir se controlar um pouco, e até mesmo disfarçar a cor das íris. Mais alguns anos depois, veias grossas aparecerão perto dos olhos, e a sua agilidade já não será mais uma coisa natural. Ou seja, ele será um vampiro evoluído. Poderá se infiltrar em meio à sociedade e escolher suas vítimas com cuidado. E, conforme vão passando os anos, a sua força tende a aumentar, juntamente com o seu autocontrole. Sua pele ficará mais pálida e seus olhos mais fundos — mas claro, é possível disfarçar isso também, com o tempo. Ele agora será um vampiro supremo. 

Finalmente poderá agir como um humano normal, sem a necessidade de se alimentar sempre — exceto pelo fato de ser o Joe, claro. Embora seja um vampiro mais forte do que décadas atrás (quando foi mordido), emoções além de raiva aparecem aos poucos — mas fica em alerta, pois eu não estou dizendo que vampiros supremos podem ficar bonzinhos. Eu digo coisas referentes ao amor, paixão, dor da perda e, talvez, quem sabe, piedade.

Mas Natsuno, isso significa que o Jake é um canalha que está enganando a todos?!

Pera lá, também não é assim. Bom, vou ter que deixar o Joe de lado um pouco para explicar melhor essa história. Uma história bastante... delicada, digamos assim.

O Jake é um caso à parte. Ele é metade humano, metade vampiro. Um vampiro mestiço, para ser mais exato. Ao que tudo aponta, seu pai era um vampiro supremo que apaixonou-se por uma humana. O Jake é um garoto comum na maior parte do tempo. Mas a sua identidade vampira permanece dentro dele. Se ele ver sangue por perto, ou inalar o cheiro, eu te aconselho a correr para bem longe. O cara se descontrola totalmente! Ganha habilidades novas e uma aparência assustadora, que não combina nadinha com ele. Um típico amigo bipolar. Se ele poderá controlar seus instintos algum dia? Eu vou ser sincero: não sei. Mas vamos ver no que vai dar.

Esses são os únicos vampiros que vagam entre nós?

Não. Além dessas raças (comuns, evoluídos, supremos e mestiços), existem os vampiros-zumbis. São simplesmente cadáveres ressuscitados por vampiros supremos. Sem memória, sem consciência, sem inteligência e, acima de tudo, sem velocidade. São verdadeiras múmias ambulantes que vivem fazendo uma dança esquisita em volta de uma fogueira. Vale lembrar que seus olhos são completamente vermelhos — não só as íris, como também o globo ocular. Acho que esses até o Kai derrotaria — e isso não é uma ofensa.

“Mas Natsuno, os vampiros não morrem com a luz do dia? Não seria bom eu carregar alho ou uma cruz de madeira comigo?”

Quando o Dio disse algo assim, confesso que eu quase caí na gargalhada. Só então descobri que existem vampiros com essa fraqueza! Infelizmente, são apenas sete. Os Sete Pecados Capitais, mais conhecidos como vampiros demoníacos. A primeira raça que existiu, segundo o meu pai. Há a cabeça de um deles guardada no museu da organização Ko-Ketsu, arrancada pelo falecido Tony Kido, pai do meu melhor amigo. Até onde sei, os demais vivem no Reino dos Vampiros, a região mais sombria do Mundo Paralelo. Agora uma má notícia: nem mesmo objetos de metal podem matá-los permanentemente (ou deperizá-los, que é a mesma coisa). Esses sim podem ser considerados verdadeiros imortais. Eu desconheço sobre suas habilidades, e espero nunca chegar a conhecer, mas ao que tudo aponta, são ainda mais fortes que os vampiros supremos.


Ufa, cansei de explicar sobre essas criaturas. Espero que vocês tenham entendido tudo, porque senão eu vou eletrocutá-los sem dó. Mas qualquer dúvida, deixe nos comentários. Talvez eu responda algum dia, hahá.

Agora eu vou ali treinar um pouco. Vida de caçador não é fácil. E se vocês pensam que vão se livrar de mim tão fácil, estão muito enganados. Eu voltarei com mais informações sobre esse mundo fabuloso onde vivemos — porque, acreditem, vocês também vivem num mundo repleto desse seres das trevas. Se vocês se depararem com um deles, não se esqueçam: corram pra bem longe. Ou podem tentar a sorte, se quiserem, enfiando um objeto de metal no coração da aberração. Quem sabe vocês sejam como eu e ainda não sabem — um Caçador de Vampiros. Nossos pais gostam de nos esconder coisas.

Enfim, falou galera! Até breve xD

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Próximo post:

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